sábado, 29 de maio de 2010

História cultural


Na época da descoberta do Brasil, na região que corresponde ao atual Extremo Sul da Bahia vivam povos de muitas etnias: a faixa costeira era ocupada pelos Tupis (Tupiniquins) e no interior viviam os Pataxós, Maxacali, Botocudos, Puri e Camacã, entre outros.

Os aspectos culturais que diferenciavam esses povos estão no fato de que os Tupis viviam próximos ao litoral, possuíam uma grande homogeneidade cultural e linguística, apesar de estarem divididos em unidades políticas. Eram povos mais sedentários, se concentrando em aldeias com populações de mil a três mil pessoas. Praticavam a agricultura do milho e mandioca, que eram os principais produtos. A alimentação era completada com a pesca, caça e coleta.

Os grupos do interior chamados de Aimorés pelos Tupis eram linguística e culturalmente heterogêneos, costumavam organizar-se em pequenos bandos, de algumas famílias, não ultrapassando cem pessoas. Mudavam de local, de morada, a cada estação agrícola. A caça e a pesca eram mais importantes que a agricultura. Com a chegada dos portugueses foram alteradas as relações pessoais, de poder, de distribuição espacial, de sobrevivência coletiva, de reposição demográfica e, principalmente, as características culturais.

Os colonizadores instalaram núcleos de ocupação do território, em caráter provisório, sendo os primeiros em Porto Seguro e Caravelas. Nesses núcleos eram construídas capelas, centros de administração, postos em todos os lugares para armazenamento de madeira e fortificações para proteger os portugueses dos ataques dos índios e até dos franceses e holandeses.

Os índios Tupis, que viviam próximos ao litoral, foram civilizados e subjugados pelos portugueses, com ajuda da Igreja Católica e de ordens religiosas, sob o argumento de cristianizar estes povos. O contato com os colonizadores resultou no contágio de doenças como varíola, sarampo e gripes. Além disso, as ações de civilização destruíram a cultura e a identidade étnica dos Tupis.

Coube aos indígenas do interior oferecer resistência à dominação e organizar ataques aos povoados dos portugueses. Os confrontos entre índios e não índios se repetiram ao longo do tempo até o final do século XIX, motivados principalmente pela agroindústria açucareira e a necessidade de mão-de-obra. Como os escravos africanos tinham preços elevados, a solução era captura e a escravização de indígenas.

Um ofício assinado pelo subdelegado de policia do Prado (meados do século XIX) mostra o costume de envolver "índios mansos" nas expedições e bandeiras para conquistar novos territórios ou capturar novos indígenas.

No decorrer do século XVIII foram elevadas a condição de vila os seguintes povoados: Caravelas (1700), Alcobaça (1772) a margem do rio Itanhém, Prado (1765), Viçosa (1768) à margem do rio Peruipe, município de Nova Viçosa, e São José de Porto Alegre (1755 ou 1769), a margem do rio Mercurim, no atual município de Mucuri. Estas vilas foram criadas segundo a política de urbanização e povoamento da Coroa Portuguesa.

Um fato a registrar é que por volta de 1830 se deslocaram levas de suíços e alemães para Mucuri e Nova Viçosa, onde se estabeleceram em fazendas destinadas ao cultivo do café. A mão-de-obra utilizada era escrava. Em 1853 cerca de 90% do café exportado pelo porto de Salvador era proveniente da Colônia Leopoldina, atual município de Nova Viçosa.

As dificuldades de povoamento de Extremo Sul da Bahia persistiram até o século XIX, com problemas na fixação dos pequenos grupos de imigrantes estrangeiros, trazidos para a região com o objetivo de colonização. A migração subvencionada foi suspensa depois que mais de 50% dos imigrantes abandonaram a região em direção a Santos e ao Rio de Janeiro.

As alegações dos estrangeiros eram "dificuldades de alimentação, insalubridade, grandes distancias e dificuldades de comunicação ou temor dos nativos".
Fonte: Wikipédia

1 comentários:

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